Localizado no bairro da Madalena, área central da cidade do Recife/PE, o Museu da Abolição tem como missão institucional preservar, pesquisar, divulgar, valorizar e difundir a memória, os valores históricos, artísticos e culturais, o patrimônio material e imaterial dos afro-descendentes, por meio de estímulo à reflexão e ao pensamento crítico, sobretudo quanto ao tema abolição, contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo brasileiro.
Nesse sentido, a visão da instituição é promover o Museu da Abolição como instituição federal de referência nacional da cultura afro-brasileira, tendo como valores: ética, zelo e transparência na gestão do patrimônio e recursos; comprometimento e compromisso com a comunidade local; respeito à diversidade dos públicos; e, o respeito e valorização da equipe de trabalho.
As atividades desenvolvidas no MAB, sejam no casarão ou na área externa, buscam dar conta dos seus vários objetivos estratégicos, dentre os quais, destacamos os seguintes:
- Desenvolver ações de preservação, salvaguarda e segurança do patrimônio edificado e acervos do Museu;
- Estimular práticas culturais e educativas no espaço do museu e nas atividades a serem desenvolvidas com seus parceiros;
- Promover ações de reconhecimento, valorização e preservação do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro, material e imaterial, nas instituições e comunidades afrodescendentes;
- Promover ações sobre temas transversais, referentes aos direitos humanos: acesso ao trabalho,políticas públicas de inclusão, intolerância religiosa, racismo, preconceito, exclusão, gênero, etnias, liberdade, trabalho escravo contemporâneo etc.; de modo a incentivar o fortalecimentoda autoestima e promover a visibilidade afirmativa dos afrodescendentes na sociedade brasileira;
- Promover cursos e ações formativas voltadas para professores da rede pública, de nível fundamental e médio, visando instrumentalizá-los para o trabalho com o patrimônio cultural dos afrodescendentes como recurso auxiliar para inserção do tema nos currículos escolares, com base na Lei Federal no 10.639/03;
Criação e tombamento
O MAB foi criado em 1957, pelo ex-Presidente Juscelino Kubitscheck, por meio da Lei Federal nº 3.357, em homenagem aos abolicionistas João Alfredo e Joaquim Nabuco.
Depois de passar pelos processos de desapropriação, tombamento e restauro, o Museu da Abolição foi oficialmente inaugurado no dia 13 de maio de 1983 com a exposição O Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais, montada em grande parte, com acervo cedido por empréstimo de outras instituições culturais, em regime de comodato. Essa exposição ocupou 12 salas do pavimento superior e o hall de entrada principal do prédio.
O Museu, todavia, enfrentou em diferentes ocasiões dificuldades de natureza financeira e administrativa que provocaram a interrupção do atendimento ao público, levando à redução das salas ocupadas pelas exposições, ao mesmo tempo em que o Sobrado passou a ser ocupado pela 5ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A partir de 2009, com a criação do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, vinculado ao então Ministério da Cultura, o MAB passou a ser administrado por esta autarquia, que substituiu o antigo Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) do IPHAN, incorporando os direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus federais.
Em 2010, o Museu da Abolição voltou a ocupar integralmente o Sobrado da Madalena e a partir de 2020, o IBRAM encontra-se vinculado à Secretaria Especial da Cultura, no Ministério do Turismo.