2008: O Museu foi reaberto com a Exposição Campanha O que a Abolição não Aboliu, trazendo uma nova perspectiva do negro e da abolição. A exposição propunha, além do debate sobre o tema abolição, a participação do visitante que podia “plantar” suas sugestões e ideias em um canteiro destinado a isto. As sugestões foram “colhidas” e compiladas pela equipe do museu que as classificou em categorias como: infraestrutura, acervo, atividades, temas, divulgação, críticas e elogios, entre outros. Em continuidade às ações de abertura e com a proposta de participação, o Museu mobilizou o público em um processo de organização do seu espaço expositivo, denominado Projeto de Elaboração Participativa da Exposição de Longa Duração do MAB. O objetivo deste projeto era reunir os diversos segmentos da sociedade em torno do plano de reabertura do MAB e apresentar à sociedade o museu como espaço para reflexão sobre a temática abolição, em uma perspectiva histórica das lutas sociais e da resistência do povo negro, estabelecendo canais de participação efetiva da sociedade na sua gestão. A participação estava aberta a qualquer pessoa interessada, bastando comparecer às reuniões. Ao final, foram realizadas dez reuniões, com metodologias que variaram entre rodas de diálogos, oficinas e palestras. A meta era reunir um número expressivo e diversificado de pessoas para desenvolver as diversas fases da construção do projeto: elaboração do projeto de exposição de longa duração; apresentação do projeto consolidado aos participantes; debater a função social do museu e o papel dos museus na atualidade (museus, memória e poder); levantamento de temas e assuntos a serem abordados na exposição; análise do material coletado na Exposição Campanha; discussão dos temas e objetivos da exposição e organização dos temas nos espaços expositivos do Museu.
Para viabilizar o diálogo entre o museu e o público, foram desenvolvidas diversas formas de participação como: intervenções nas rodas de diálogo; mensagens enviadas por cartas ou correio eletrônico (dirigidos ao MAB); contribuições semeadas na Exposição Campanha O que a Abolição não Aboliu, e mensagens deixadas no blog do museu. O resultado de todo o processo participativo levou à criação de um macro roteiro, composto por assuntos escolhidos e discutidos pelos participantes e que, posteriormente, serviriam à organização de novas exposições.
2009: Com a criação do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, por meio da Lei nº 11.906/2009, o MAB passou a ser administrado por esta Autarquia, que por sua vez estava vinculada ao Ministério da Cultura e sucedeu o antigo Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, incorporando os direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus federais.
2010: A Superintendência do IPHAN em Pernambuco desocupou o Sobrado Grande da Madalena, onde estava instalada há mais de 30 anos e passou a funcionar no Palácio da Soledade, localizado no bairro da Boa Vista, por meio de uma parceria firmada entre o IPHAN e Universidade Católica de Pernambuco. Com a saída do IPHAN, o MAB passou a ocupar o casarão integralmente, trazendo-lhe a possibilidade efetiva de concretizar seus objetivos e cumprir sua missão, enquanto instituição museológica.
2010: Chegam ao Museu os servidores concursados, nomeados pelo IBRAM, para completar o quadro de servidores do MAB, que passou a ter a seguinte configuração: um (1) Diretor; um (1) Técnico II; um (1) Técnico I; um (1) Analista I – Administração; um (1) Assistente Técnico; um (1) Técnico em Assuntos Culturais – Museologia; um (1) Técnico em Assuntos Educacionais; e dois (2) Estagiários na área de museologia.