Na década de 1950 o professor Martiniano Fernandes elaborou e encaminhou ao Senado Federal, por meio do Senador Joaquim Pires, proposta de criação do Museu da Abolição, em homenagem aos abolicionistas pernambucanos João Alfredo e Joaquim Nabuco. A resposta do Senado foi positiva e o Museu da Abolição veio a ser criado em 1957 pelo então Presidente Juscelino Kubitscheck.
Para sua sede o local escolhido foi o Sobrado Grande da Madalena, casa de destaque desde os tempos coloniais, que no século XIX serviu de moradia ao Conselheiro João Alfredo. Contudo, o Museu da Abolição só foi oficialmente inaugurado em 13 de maio de 1983, com a exposição “O Processo Abolicionista Através dos Textos Oficiais”, que permaneceu montada até o ano de 1990, quando o museu foi fechado à visitação, em consequência da reforma administrativa imposta pelo governo de Fernando Collor.
O acervo do Museu da Abolição é caracterizado por objetos históricos ligados à temática da escravidão, tais como: instrumentos de tortura, objetos representativos das casas grandes e dos engenhos; objetos religiosos e, ainda, objetos comemorativos referentes à abolição, tais como selos, moedas e medalhas. Esta coleção foi iniciada entre 1983 e 1989 para compor a exposição inaugural do museu.
No dia 05 de novembro de 2013, o Museu da Abolição inaugura a “Mostra do Acervo do Museu da Abolição”. Esta mostra fez parte da programação do Mês da Consciência Negra e apresenta ao público a escultura Samburu dance I da artista holandesa Marianne Houtkamp doada ao museu em 2012 pela Receita Federal. Assim, o Museu da Abolição convida a conhecer esta coleção.
As salas expositivas estão dividas de acordo com a utilização das peças. A primeira, intitulada Sala dos Abolicionistas, guarda bustos de dois dos principais abolicionistas (Joao Alfredo e André de Rebouças), além da escultura (Samburu Dance I) que representa uma mulher da tribo Samburu no Quênia dançando; a segunda sala, Economia/Trabalho, exibe pecas relacionadas ao ciclo do ouro, ciclo do açúcar, além de objetos de tortura destinados aos escravos; a terceira sala, Cotidiano, guarda peças tipicamente utilizadas pela nobreza aristocrata e por seus escravos; a quarta sala, Religiosidade, expõe objetos relacionados aos cultos de matriz africana, incluindo instrumentos musicais e objetos utilizados no catolicismo.
Dessa forma, o Museu da Abolição pretende divulgar a coleção a partir da perspectiva de atender a uma reivindicação do público em conhecer a este acervo, validar sua existência e notoriedade para a cultura material afro-brasileira, além da sua representatividade frente à missão institucional do MAB.