Instituto Brasileiro de Museus

Museu da Abolição

Exposição Afro-brasileira Legbara Vodun até este mês

A Exposição Afro-brasileira Legbara Vodun pode ser visitada no MAB de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 13h às 17h.

publicado: 03/05/2016 17h21, última modificação: 04/05/2016 00h59

O Museu da Abolição tem o prazer de, mais uma vez, convidar a população a conferir o trabalho do Gaipê Adilson Bezerra, através da Exposição Afro-brasileira Legbara Vodun, fruto do Ateliê Axé Vodun.

O Ateliê A Vodun nasce devido à criação das obras pelo autor. A produção de cada peça com diferentes forma, altura e peso exigiu um espaço para a guarda e apresentação dos trabalhos que hoje se encontram reunidos em um ambiente onde o visitante se envolve e interage de forma mais abrangente com a obra.

O trabalho do Gaipê Adilson Bezerra tem um roteiro: iniciou-se com a Exposição Afro-brasileira: Legbá Vodun que retrata especificamente o Vodun Legbá. Em seguida, foram criadas as peças da Exposição Afro-brasileira: Sakpatá Vodun, que conta a história dos Voduns que formam o panteão da terra regido por Sakpatá, e, por fim, a Exposição Afro-brasileira: Vodun Dan voltada para o universo do panteão das águas. As exposições Legbá, Sakpatá e Dan compõem a trilogia do culto dos Voduns no Brasil e na diáspora africana.

Formada por 30 peças cada, a obra do Gaipê Adilson Bezerra já viajou por cidades de Pernambuco e da Paraíba, em campi da Universidade Federal e Universidade Estadual da Paraíba, além de escolas e museus em diversas cidades dos dois estados. Mais uma vez, de 25 de setembro a 31 de março de 2016, o Ateliê Axé Vodun ocupa as salas do MAB com a Exposição Afro-brasileira: “Vodun Legbara” composta por 14 peças inéditas.

Para o artista, sua obra é uma tentativa de resgatar a mística da religião de matriz africana no intuito de promover e difundir a cultura dos Voduns ainda pouco conhecida no universo do candomblé. Trata-se, na realidade, de um passeio pelo mundo cultural artístico e mítico/religioso afro-brasileiro. As peças, que são esculturas afro-brasileiras, podem despertar surpresas, encantar ou mesmo tempo causar algum impasse, mas nunca indiferença, porque remetem ao universo milenar africano, buscando apresentar de maneira plástica e subjetiva os seus conceitos que tudo tem a ver com a cultura do povo brasileiro.

Informar e despertar a atenção da sociedade como um todo para essa riqueza cultural dos Voduns, Orixás e Nkisis do candomblé afro brasileiro é manter viva a história, bem como apresentar diferentes formas de subsídios para implementar a Lei 10.639/03. Cada peça que faz parte da exposição tem como proposta apresentar a magia, o encantamento e a mística dos Voduns, exaltando a beleza e a força das marcas tribais de suas divindades.

A religiosidade afro-brasileira, rica em simbologias, ritos e tradições, nos leva a um pensamento ecológico de respeito ao meio ambiente e de preservação, uma vez que a diversidade étnica e cultural de seus deuses é representada pelas forças da natureza, possibilitando a passagem do universo religioso ao universo cultural.

A docência possibilitou ao artista e doutorando pesquisar sobre o seu processo de criação e, para trabalhar essa ideia, ele busca às origens.

A Exposição Afro-brasileira Legbara Vodun pode ser visitada no MAB de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 13h às 17h.